O ingresso na Belas Artes se deu pelo incentivo da leitura de livros, em casa, e da rua, sob o skate, ao localizar "picos" para intervenções. Partiu de exposições coletivas, individuais e conquistou prêmios em salões. Graduado em pintura(EMBAP2005), freqüentou também ateliês de gravura. Procura a autênticidade de cada técnica para mostrar o que melhor expressa, o que passa por experimentos com ferramentas e materiais. A pintura se dá a cada dia, trazendo a preocupação com a escolha sobre o quê deve ser abordado. Suas imagens remetem ao impacto da proximidade com a complexidade urbana, como insights da memória, as formas parecem aleatórias, mas, após sucessivas veladuras, o que permanece se torna familiar.
Breve relato da existência da arte na infância.
Breve relato da existência da arte na infância.
O meu desenho se inicia quando minhas lembranças vem a tona, penso: A lembrança que mais encanta é na pré escola.Lembro que fizera um desenho com o dedo á guouche, um homem com chapéu sobre papel brilhante e liso. isso é muito nítido na lembrança. esse desenho tenho até hoje no acervo particular perdido na bagunça de minha casa, minha irmã que estudou artes plásticas guardou. essa lembrança mais antiga é bonita e faz pensar que tive uma excelente infância, e realmente tive sim. penso em coisas absurdas e esquisitas da vida de encantamento e descobertas das crianças. depois dessa lembrança, minhas inspirações artísticas sobre o desenho parecem ter sumido , mas sempre me mantive ativo na produção lúdica. produzia pipas, confeccionava as varetas de bambu,encapava com ceda que comprara, com cores distintas e fazia colagens, com cortes exatos,fazia rabiolas. com uma metodologia que quem faz entende a meticulosidade, projetava carrinhos de rolimã, brincava na rua livremente. isso fez a diferença na relação com as pessoas e na descoberta de jogos como a bolinha de gude, fazíamos aviãozinho de papel, e fazia-mos decolar pelas janelas abertas dos ônibus que passavam em movimento pela rua. No interior de SP em uma cidade chamada São José dos Campos.Foi onde eu vivi minha infância, e tive amizades gostosas, sinceras, duvidosas, e todo tipo de experiência onde fui moldado com o tempo que me evidência hoje, e comporta meu caráter;É a maneira como penso a produção artesanal das obras, Da minha arte. dos meus desenhos, das minhas pinturas, das pinturas nas ruas, nas amizades.
O universo da arte, os nichos sociais da intelectualidade que pensa a arte nada tem haver com a minha infância.Hoje sei, que na minha infância, ainda tinha algo de puro no olhar, nas minhas mãos que produziam, longe das denominações e das tecnologias de hoje, aceleram nosso cotidiano.Hoje sei, que não tenho nada da minha infância.A não ser a lembrança.E tenho medo de ter perdido o menino que havia em mim, ter me tornado um ser humano sem imaginação, com preguiça, medo, e vícios que todos temos, mas sei que de brilho, imaginação, inspiração que transbordava em nós na infância, está se perdendo. poís lembro que eu tinha algo em meu pensamento de criança, algo que me fazia produzir o que eu pensava, e o mundo fora do meu quintal não existia. a minha imaginação era plena, era toda no presente. ela se desdobrava, multiplicava a cada brincadeira, eu era livre.