Arsenal pacífico






Uma pequena amostra do espírito da Intervenção agressiva que mofa no tecido urbano, na qual faz mais ou menos dez anos que representando um pseudo-anonimato, pinto na rua e renovo sempre que possível às técnicas de pintar estabelecendo sempre um desenho pictóricamente lúdico e ao mesmo tempo insultante ao publico, seus resquícios revelam uma destruição um abandono, seus suportes são de difícil conservação e praticamente efêmeros; Proponho uma espécie de desaceleração da idade, evidenciada na diversão e encantamento que é estar na rua e simplesmente pintar, popularmente, insiro uma analogia com brincadeira, na ludicidade de empinar pipa ou soltar balão que são movimentos de molecagem ou “marginais profissionais” que interferem na paisagem urbana, abusando de seu livre arbítrio, gritando com cores, cortando as cabeças de ignorantes antilaser, anticultura com cerol ou botando fogo, não por maldade, mas, por felicidade. Propaga-se com gosto e com sede de disputa, que se torna homogênea e sublime ao caos mediante tanta desordem e politicagem, pois se trata corrupção política com corrupção artística, que bate de frente com esse ruído de ditadura.

Trago “objetos íntimos” das gavetas da memória do quarto atelier e minha “prateleira perola”, inspiração na qual me leva ao rito de pintar, que briga com os ponteiros do relógio reconhecendo um ato pacífico que parece ser um remédio para a cidade violenta que se deve tratar com guerrilha visual, indagando seus transeuntes, pois fazer pensar o meio de transito acendendo um estopim para acordar essas formigas não só para o trabalho mais para dar valor à cultura popular diante da imponente erudição de taís sabichões que mordem a língua pra dizer o que desconhecem vangloriando-se com o que não vivenciam por puro modismo. 
Passamos a vida acumulando objetos para tentar descobrir quem somos ao longo dos anos, acumulações de bens materiais que nos fazem sentir uma profunda significância chamada ego, acumular objetos que sinto um carinho por me proporcionar simplesmente felicidade, uma coleção de ganhos e de perdas, materializado nos objetos que se utiliza no ritual do graffiti, Aqui não se tem graffiti, mas sim pinturas alienadas no âmbito do vício do graffiti e os objetos que os caracterizam e os torna tão potentes: o spray e seus comparsas, pinto latas de spray com óleo sobre tela com um realismo e o rigor da técnica, para dizer a verdade da imagem como estética, e como realidade contemporânea posso dizer nessa expo que os sprays são os pinceis do século XI.